segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Exposição Hospital Matarazzo



Conceição Soares Beltrão


Sábado, enquanto preparava um lanche, liguei a TV em um canal voltado para ‘as artes’, e simultaneamente, fiquei olhando o que estava sendo mostrado. Então, vi essas imagens e não conseguia, de imediato, decodificar o que eu estava vendo. Depois o artista começou a explicar essa sua obra de arte, e a cada explicação as imagens iam surgindo.

Minha primeira reação foi: o que é isso?

Como podem fazer isso?

O que sentem essas pessoas quando lançam os vasos com as plantas e as ver esmagadas no chão?

 E o que sente o próprio artista mexicano ao conferir como ficaram esses seres jogados pelas janelas desse antigo hospital e hoje transformado em espaço de arte e cultura?

E se essas plantas pudessem falar ou emitir algum som audível aos nossos ouvidos, que diriam ou que sons produziriam? O que vociferariam?

O fato é que me chocou aquelas plantas serem lançadas do alto das janelas para ficarem ali com as raízes, que deveriam estar abaixo do solo, não acima expostas, como que ‘feridas abertas’, machucadas por esse lançamento do alto. Mesmo que estejam sendo regadas estão expostas, fora do espaço vital, o solo. Foram lançadas e possivelmente quebraram-se algumas folhinhas, um pedaço da raiz, ou na superfície do caule.

E o pior nessa reportagem, foi que toda essa ‘barbárie’ estava sendo mostrada e considerada como ‘expressão de arte’!

Essa não entendi!!! Ou melhor, é difícil aceitar!

Quando vejo na rua ou nas calçadas plantas que foram arrancadas de jardins e jogadas fora, isso sempre me inquieta, eu as recolho e planto em um vaso ou direto na terra.

Mas se eu fosse a este local, não poderia fazer isso, pois é uma instalação de arte, estabelecida em uma instituição voltada para o mundo das artes. É um projeto financiando por Instituições. Possivelmente, se eu fosse pegar essas plantas para socorrê-las seria impedida pela segurança do local.

Sabemos também que a criação envolve construção e destruição. Começo a desconfiar que essa arte, para mim, fala mais de destruição do que construção.

Por favor, façam arte, mas deixem nossas plantas indefesas fora dessas!



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